E aí? Como você caiu neste post? Foi pelas redes sociais? O que motivou você a clicar no link? Uma sensação de urgência ou uma busca por conhecimento? A sua motivação foi um interesse real ou foi uma ansiedade?
Sei que depende da indicação e que tem outras nuances aqui (curiosidade talvez esteja entre os dois) mas responde rapidinho aqui do lado pra gente ter uma ideia? 😉
Claro que você já percebeu que tentei usar a mesma estratégia que se espalhou na rede para pegar os ansiosos da nova geração (com fotinho destacando alguma coisa inclusive). Mas acredito que essa ansiedade com que rotulam a nova geração pode não ser exclusivamente dela. Principalmente depois que comecei a escutar isto dela mesma.
É muito normal ouvir a geração anterior falar mal da mais nova, desde sempre foi assim: “esses jovens de hoje”, “no meu tempo não era assim”, “naquele tempo é que se estudava de verdade”…
Normalmente quando se escuta uma geração falando dela mesma é sempre algo ufanista, convencido mesmo, na linha de vamos transformar o mundo. Mas o que tenho ouvido dos millenials é: “nossa geração é muito ansiosa”, “somos muito desfocados”, “a gente não tem interesse por nada”. Talvez seja minha amostragem, mas não é esquisito? Eu acho.
De uns tempos pra cá (desde o boom da internet, talvez) começamos a produzir muitos dados e pouca informação. Talvez pela falta de gente para processar tudo, as pessoas estão consumindo as poucas e fracas informações que aparecem sem raciocinar muito. Como já fazem com papel, fast food, gadgets: “Quando sai o próximo iPhone?”, “Batata grande? Sobremesa? Manda!”…
Vejo isso gerando uma ansiedade pelo próximo assunto antes de terminar ou entender pelo menos o atual. E claro que já deram um rótulo pra isso também: snack culture. O B9 fez um ótimo cast sobre isso, ouve lá!
Então coloque nesse balaio todos os TEDs, todos os workshops, os cursos livres…. veja bem, o problema não está na superficialidade destas iniciativas, que são ótimas e necessárias até. O problema está na saciedade que as pessoas ficam após esse consumo superficial. Estas pessoas saem se dizendo especialistas quando o efeito deveria ser exatamente o contrário: despertar a vontade de se especializar no assunto.
E entendo que isso tem pouco a ver com a geração mais jovem ou mais velha. Como o próprio Yassuda diz no cast do B9, são senhoras de alta classe fazendo curso de filosofia no final de semana e saindo especialista em Sócrates, Platão. Empresários fazendo degustação na quinta à noite e acordando na sexta especialista em vinhos.
São comportamentos de uma era, pouco tem a ver com a idade.
E para quem se esqueceu de que estamos no blog da Opusphere, tudo isso só reforça que qualquer estratégia de gamificação começa antes de tudo com entender qual é o perfil do funcionário ou do consumidor com informações que vão muito além da geração dele: qual sua rotina diária? Quais são os comportamentos queremos reforçar e/ou desencorajar nele?
Com este perfil traçado fica fácil achar a melhor forma de mantê-lo motivado e interessado sem deixá-lo ansioso ou achando tudo um saco. Aliás, os jogos tem feito isso – motivar as pessoas – há várias gerações. 😉
Espero que tenha conseguido transformar a ansiedade em interesse de pelo menos uma pessoa!
E você é ansioso? Compartilha tudo sem ler ou só lê tudo que chega em você? Diz aí!
Marcel Leal é designer, criativo e ilustrador. Hoje fala sobre gamificação, marketing e design para quem quiser ouvir.