Nestes tempos de crise, cortes de custo são quase inevitáveis nas empresas. De cafezinhos a funcionários, as organizações precisam olhar com cuidado os gastos e cuidar de sua saúde financeira para seguir em frente e ver a luz lá do outro lado do túnel.
E uma das áreas afetadas nestas situações sem dúvida é a de treinamentos. Mas me parece um contrassenso deixar colaboradores despreparados exatamente no momento em que a empresa está revendo suas prioridades, seu mercado, sua produtividade…
Mesmo uma empresa eficaz, em tempos difíceis, precisa sobretudo ser eficiente. Para melhorar o resultado seus funcionários devem estar preparados e conhecer muito bem suas funções dentro da organização. Precisam ter todas as informações necessárias para tomar decisões rápidas e minimizar erros (entenda-se desperdício). É isto que vai dar a vantagem para a sua empresa num mercado em crise.
Mas a maioria dos funcionários já se contorcem apenas de ouvir falar em treinamento. Logo vem a imagem da chatice de uma sala cheia de gente e contando os minutos para sair durante 4, 8 horas…
Uma pergunta: e se este treinamento ocorresse aos poucos, tema a tema, ponto a ponto, enquanto estamos numa fila ou tomando um cafezinho e não necessariamente numa “sala de aula”? Usando algumas estratégias de gamificação e evitando alguns erros, podemos “dividir para conquistar” – gamers entenderão 🙂 .
A ideia é bem simples: dividir o grande objetivo do treinamento em vários outros menores, mais fáceis e possíveis de serem cumpridos com pouco esforço. Assim a motivação vem mais facilmente e os colaboradores completam o treinamento quase sem perceber.
Imagine que o treinamento é sobre segurança do trabalho, um tema amplo e complexo. Mas se você dividir tudo por assunto, os assuntos em tópicos e estes em pílulas de informação com começo, meio e fim, a coisa pode ficar interessante.
Aí você pode fazer pequenos desafios, por exemplo:
Você consegue contar quantos acidentes de trabalho acontecem neste vídeo?
Se você se sentiu desafiado, muito provavelmente parou de ler e resolveu contar os acidentes do vídeo – ou vai fazê-lo assim que terminar a leitura… É assim que a gamificação funciona!
Se o desafio proposto é especialmente feito para você, considerando o seu nível de conhecimento e habilidade, seu cérebro praticamente te empurra para enfrentar este obstáculo porque já sabe que irá conseguir superá-lo e, como recompensa, terá a satisfação que só a dopamina pode proporcionar. E se, após o desafio completado, vier um feedback positivo do gestor, uma pequena recompensa da empresa, essa estratégia começa a se retroalimentar.
Então voltando às vacas magras, pense bem no que está cortando por aí. Pode ser que seja melhor fazer um investimento mais inteligente para ter um retorno no treinamento corporativo de sua equipe. Um time preparado é mais eficiente e mais confiante. E confiança – com um pouco de diversão – é um grande aliado para passar pelas dificuldades inerentes de qualquer negócio!
Ah! Foram 9 acidentes no vídeo. Quem quer comentar quais foram? 😉
Marcel Leal é designer, criativo e ilustrador. Hoje fala sobre gamificação, marketing e design para quem quiser ouvir.